
Antes de meu nascimento, no útero de mia mãe, ouvia sua  voz  ternurenta em  outras dimensões;  chamando-me, Clamando-me. Desd´antes daquele  momento eu já te amava! Já sentia sua essência branda à minha, ouvia  seus cânticos de leoa enamorada proferindo músicas d´amor a meu orbe.  Meu coração palpitava, gelava perante tamanha emoção! Eu, minúscula criatura que era, tão só  naquela vida intrauterina, cerrava meus pequeninos olhos caramelados e  sonhava com sua sublime presença.  Por vezes ouvia seus ruídos de donzela dormente ronronando de lá das  alturas ao pé de meu ouvido. O som era encantador, permanecia inerte,  enfeitiçado e ruborizado por tamanha devoção vinda de mia mais suntuosa e  presente daminha.    O tempo foi passando e naquela bolsa envolta em conforto, água e  carinho; meu corpo mal cabia. Lembro-me das mãos quentes de meu pai  tocando este ventre materno e sentindo os meus chutes. Mal sabiam que  não eram chutes, mas sim, pulos de alegria harmoniosos, ao ler as notas  musicais soadas pela doce sinfonia da voz de mi´amada princesinha!    Desd´aquela época já sabia que te amava! Desd´antes do princípio já lia e  relia seu coração versejante cheio de desejos infantes e femíneos.    Agora, cá estou em vida terrena, buscando mia plenitude onde finalmente  a reencontrei nos saudosos e cálidos braços d´arminho de mi´amada.  Mia princesinha virou rainha, garbosa dama de meus derradeiros sonhos e diante do traçado destino das almas afins, o conúbio de nossos orbes traçou-se e escreveu uma suntuosa e majestática obra d´Amor!
Tiago Calegari
 
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